Fotografar Para Sempre

Blog de um sempre estudante de fotografia.

7.1.05

Regresso do “Fotografar para Sempre”

Depois de uma pausa que nunca esperei ser tão grande, voltei ao blog “Fotografar para Sempre”. Neste relançamento não será possível voltar a apresentar 1 fotógrafo por dia, pois a energia e tempo necessários para tal não estão de momento ao meu alcance. Contudo vou apresentar fotógrafos com uma certa regularidade.

Já está em preparação o texto do próximo comentário, fica a surpresa para os próximos dias.

23.10.04

Zach Gold, luz e acção na fotografia comercial

Zach Gold é um fotógrafo comercial nas áreas publicitária, moda e editorial.

A iluminação de estúdio, utilizada fora do mesmo é marcadamente artificial. Utiliza os flashes, que embora suaves mostram a sua presença, para "congelar" o movimento ou para iluminar o primeiro plano mais intensamente do que o fundo. A cor da iluminação é quase sempre neutra, nem cálida nem frígida.

Em "movement" encena o congelamento de movimentos bruscos, permitindo que os mesmos sejam contemplados e analisados. Por vezes surgem, entre as imagens onde o movimento está congelado, outras em que este é fluido e tremido.

"Ilustration" utiliza traços de desenho para imprimir dinâmica em fotografias mais estáticas.

"Fashion" utiliza a sua iluminação característica...

Em "Advertising" o autor explora a realização de conceitos da área publicitária, por isso as suas produções são mais dirigidas por temas concretos e precisos.

Em comum a todos os trabalhos está o facto de Zach quase só fotografar pessoas, e fazê-lo com os seus estilos muito próprios.

Ver o site de Zach Gold

22.10.04

James Whitlow Delano, fotografia documental e de viagens

James é antes de mais um viajante, alguém que aprecia conhecer por dentro novas culturas e civilizações. Se lermos algumas das suas mini-histórias no seu website, conseguimos perceber que aquilo de que fala não são de forma alguma os clichés associados a cada país. Nota-se sempre o aprofundar de determinados temas em ensaios fotográficos que recriam a melhor tradição do fotojornalismo.


Do ponto de vista do estilo fotográfico, caracteriza-se por imagens propositadamente com pouca nitidez, com vinhetados fortes, monocromáticas com viragens a sépia mais ou menos acentuadas. Estas viragens, que originam diferentes tons de fotografia para fotografia são pouco comuns entre os fotógrafos documentalistas cuja maioria opta pela nitidez da Leica e um preto e branco de tons neutros.

Se não aparecessem associados a um trabalho de extraordinária profundidade, incautamente poderíamos concluir total despreocupação técnica com as fotografias. Mas um olhar atento rapidamente se apercebe de que tudo são opções do autor.

Ver o trabalho de James Whitlow Delano

20.10.04

(Re)lembrar o Absolut Vodka

Poucas marcas no mundo podem orgulhar-se de ter construído gerações de anúncios que se tornaram um culto. A Absolut Vodka, empresa Sueca produtora de um dos mais conhecidos vodkas a nível mundial é uma dessas poucas marcas.

A publicidade da marca aposta na criação de imagens relacionadas com um tema, intitulado "Absolut ..." A imagem ilustra a frase do anúncio. As campanhas da marca já originaram livros, concursos e exposições. Muitos autores famosos, principalmente fotógrafos e ilustradores já conceberam "Absolut Art".

O site internet "Absolut Vodka Advertisment Archive" apresenta inúmeras imagens de campanhas Absolut, divididas por vários temas. O AbsolutAd.com e o AbsoluteGallery são sites onde os colecionadores podem ver e adquirir alguns dos anúncios.

O site oficial da marca, apresenta ainda música e vídeos inspirados na "Absolut" (excelente website para quem tem ligações de banda larga), um filme, uma galeria de arte e uma história.

8.10.04

Férias até dia 20 de Outubro

Este blog vai de férias até ao próximo dia 20 de Outubro, até lá fica a sugestão de rever alguns dos fotógrafos propostos, em "arquivo" no blog.


O "Fotografar Para Sempre" está a precisar de ajuda, para apresentar frequentemente fotógrafos de interesse para outros fotógrafos. Se acha que pode ajudar a escrever no blog, ou a enviar sugestões de sites escreva para: fotografar arroba gmail ponto com.

Lomografia: vê, aponta e dispara - sem pensar

A lomografia é antes de mais um estilo de fotografia, a máquina utilizada nesta é por definição muito barata, e por tradição uma lomo. Caracteriza-se por uma falta total de preocupações técnicas com a fotografia. Normalmente a acção de fotografar é rápida, sem preocupações com focagem enquadramento, exposição ou quais quer outras. "Vê, aponta, dispara - sem pensar".


Lomo
significa " Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie" e foi uma empresa de óptica na União Soviética que iniciou a produção de máquinas para uso militar, e mais tarde civil. Só nos anos 80 foi iniciada a produção em massa das lomo, com o objectivo de propaganda do estilo de vida da união soviética.

O interessante das máquinas lomo é precisamente a sua imprecisão e falta de qualidade óptica, que foi transformado em potencial criativo. A imprevisibilidade duramente rejeitada por outras correntes fotográficas e pelos fotógrafos profissionais é aqui abençoada. Muitas das fotografias apresentam fortes aberrações cromáticas, sub ou sobre exposição, desfocagem etc...

Este estilo de fotografia deu origem a uma espécie de culto. Existem grupos de lomografia, exposições, intercâmbios, safaris fotográficos. Estima-se em 300.000 o número de pessoas associadas á "Lomographic Society". Esta organização é responsável pela distribuição das máquinas e pela organização das exposições. O famoso fotógrafo japonês Nobuyoshi Araki é um dos fotógrafos que aderiu á lomografia.

Tipicamente a lomografia aparece exposta em painéis com dezenas, e ás vezes centenas de imagens, raramente em imagens individuais. Se não existe cuidado a fotografar, existe muto cuidado a expor e na construção dos painéis, com um estudo cuidadoso na ordem e tamanho das fotografias.

Máquinas típicas da lomografia:

Lomo LC-A - A clássica, que deu origem ao fenómeno lomo.

Holga 120 SS - Máquina de médio formato

Máquinas tipo "Sampler" - São máquinas de plástico, que fazem 4 fotografias num segundo, sendo assim capazes de registar o movimento e apresentá-lo decomposto numa única fotografia.

Zenit - Máquinas 35mm, tipo reflex.

Seagull - Médio formato, tipo "Rolleyflex"


Links de lomografia:

- Lomographic Society International, responsável pelo fenómeno lomo.

- Embaixada lomográfica de Lisboa.

- Embaixada lomográfica do Porto.

- Embaixada lomográfica Espanhola.

- Fabricante das máquinas lomo.

- Galeria com típicas lomografias.

7.10.04

Lauren Greenfield, histórias da cultura ocidental feminina

Muitos de nós fotógrafos, que aspiramos a concretizar uma grande reportagem de fotojornalismo pensamos imediatamente em países longínquos, exóticos, em guerras pensamos no trabalho de Sebastião Salgado ou Steve McCurry.


Laureen Greenfield fotografa aquilo que está ao alcance de muitos de nós, a cultura ocidental feminina e algumas das suas contradições e particularidades. O que lhe interessa são as pequenas histórias, pois a nossa sociedade é também feita de pequenas histórias.

A condição feminina, a escola, a universidade e as diversas fases da adolescência são frequentemente objecto de trabalho para LG. As transformações do corpo a que as pessoas se submetem afim de realizarem melhorias na sua beleza pessoal é outro dos temas recorrentes no trabalho da fotógrafa.

Pela observação do seu trabalho, na minha opinião Greenfield tem uma postura altamente crítica aos assuntos que fotografa. Pessoalmente partilho de muitas das suas opiniões, e penso que ver o seu trabalho leva-nos a reflectir sobre a nossa cultura ocidentalizada.


Se pela observação do trabalho de Steve McCurry e Amy Vitale tomamos mais consciência dos problemas das sociedades do médio e extremo oriente, através do trabalho desta fotografa tomamos consciência de alguns dos nossos problemas.

Ver o trabalho de Laureen Greenfield

6.10.04

Steve McCurry, o fotojornalista

Hoje em dia, tal como muitos portugueses, se me pedirem para referir dois fotojornalistas actuais, um seria sem dúvida Steve McCurry.

O seu trabalho consiste nos ensaios que todos os fotojornalistas gostariam de fazer, nos livros que todos os aficionados á fotografia gostariam de ter, nas notícias que os cidadãos gostariam de contar.

Ao lado de Sebastião Salgado este é dos ensaístas fotográficos mais conhecidos no mundo, um mérito a meu ver merecido.

O trabalho apresentado no seu site, é totalmente a cores e totalmente dedicado á fotografia documental e retrato documental. Steve tem uma clara preferência pelo médio e extremo oriente e as suas imagens emanam uma espiritualidade forte ainda presente nestes países. O seu tema é o universal "a condição humana", mas as suas paisagens também são de uma beleza indescritível. Parece que respiram.

Depois de ver as fotografias de Steve McCurry também penso: "Tanto para ver e tão pouco tempo..."